25 de agosto de 2012

Pequeno passeio por Viena

Para quem não sabe estou fazendo uma pequena viagem de 2 semanas, passando por várias cidades. Uma delas foi Viena. Sei que é muito pouco tempo para eu ter alguma opinião razoável sobre a cidade, mas posso ao menos dizer qual foi a impressão que tive.

Em primeiro lugar, nunca tinha procurado fotos da cidade em nenhum lugar. Não sabia o que esperar da arquitetura ou das atrações. Fui pelo simples prazer de viajar. Chegando lá, a primeira coisa que pensei foi: será que vim para Roma no lugar de Viena e ninguém me avisou?

Achei a arquitetura dos prédios históricos idêntica à de Roma. E todas essas estátuas decorando os prédios, e as colunas gregas... Olha a estátua do Mozart como exemplo:

E a cidade é toda cheia de palácios, pois foi a capital do império áustro-húngaro. Essa é uma parte de um deles:

Não tive tempo de entrar em nenhum palácio ou museu. Minto, entrei no parlamento, mas isso provavelmente vai ficar para outro post. É muito museu! É coisa para você visitar um em cada dia, com calma, e não ficar correndo para ver tudo em um dia. Deixei isso para o dia que puder voltar lá, até porque já entrei em palácios em outras cidades.

Na foto acima é a ópera, um prédio muito bonito e do qual eu esqueci de tirar foto da fachada! Aí é a lateral. Mas essa foto ajuda a representar porque eu achei esse centro histórico de Viena uma cidade régia. É tudo tão grande e majestoso, tudo tão esbanjando a riqueza que um dia existiu ali. Eu não entendo bem de arquitetura para saber o nome do estilo desses prédios (será renascentista? XD), só sei que é um estilo que não me agrada muito. Acho muito mais bonito neo-gótico. Então como tem muitos prédios assim, e tudo de cor tão clarinha, me deu uma sensação de distância.

Em compensação, tem predios que são diferentes. Abaixo estão as fotos da prefeitura e da catedral respectivamente.


Foto da catedral tirada da wikipédia, pois a imbecil não tirou foto desse ângulo.>

Acho muito mais bonito assim. E o que são essas florzinhas nas janelas da prefeitura? Que coisa mais linda! Estava acontecendo um festival de cinema da frente da prefeitura, por isso o telão.

Aqui abaixo é um monumento que foi presente da Rússia pela proclamação da república da Áustria (está certo isso? Eu lembrei do que o guia falou? hehe). À noite a luz da fonte fica mudando de cor. E só a nível de informação, eu fui parar nesse lugar à noite porque estava perdida!

Aqui é só mais um exemplo de prédio. Porque eu sou estranha e fico tirando foto das ruas para eu me lembrar de como elas eram anos depois, pois minha memória não é tão boa como deveria ser e eu esqueço.

Gostei de poder ter voltado a falar alemão. É que estou com um grupo de falantes nativos do inglês, portanto estou só ouvindo essa língua com os mais diversos sotaques nativos, acompanha pelo humor deles (que, a propósito, não me agrada). Me sinto tão melhor com o idioma alemão! Ainda mais ouvindo um sotaque novo e divertido.

Tinha chegado à conclusão de que minha impressão sobre Viena era de que eu voltaria a fins de turismo, para visitar os museus e palácios, mas não moraria lá. Agora já tenho uma outra ideia. A de que eu sou meio nômade, de que meu negócio é mudar, e não olhar para um lugar e achar que deveria permanecer ali ou não.

18 de agosto de 2012

Motivos para gostar de Berlim, ou não

Amanhã é meu último dia em Berlim. Triste e passou rápido. Estou indecisa, pois ao mesmo tempo estou ansiosa para conhecer lugares novos, e não quero ir embora. Odeio a ideia de as coisas acabarem. Mas sei lá... =/
Bom, para fins de conclusão, escrevi uma lista de coisas que eu gosto em Berlim e de coisas que não gosto. Essa lista não tem o objetivo de ser precisa, eu escrevi para mim e é a minha opinião baseada na minha experiência.

    Motivos para amar Berlim
  • Currywurst
  • As pessoas com cabelos das mais diversas cores e cortes
  • Nöö!
  • Pessoas muito simpáticas
  • Poder andar à noite no escuro e não ser perigoso
  • O transporte público é organizado para um brasileiro (mas para um alemão é, às vezes, vergonhoso).
  • Ótima infraestrutura turística
  • Os mendigos e sem-teto falam inglês, alemão, e muitas vezes outras línguas. Isso não é bom para nós, porque eles podem pedir dinheiro em várias línguas, mas o fato é bastante interessante.
  • O transporte público não tem catraca. Extremamente conveniente para a pressa.
  • Mercado de pulgas no Mauerpark.
  • Tem muitos parques no meio da cidade onde se pode passear e sentar na grama quando está sol.
  • Andar de bicicleta.
  • Tem diversos lagos em torno da cidade onde dá para ir de trem e onde há praias e lugares para praticar esportes aquáticos.
  • As pessoas lêem muito mais que no Brasil.
  • Dussmann, a versão alemã da Livraria Cultura.
  • Alguns bares com ambiente muito agradável.
  • Retornar as garrafinhas plásticas no supermercado.
  • A forma como cada bairro da cidade parece por si só uma cidade completamente diferente.
  • A forma como alguns museus procuram ser dinâmicos e interessantes.
  • Os carros respeitam o sinal verde para os pedestres. Porém eu acho que os pedestres não deveriam esperar o sinal quando não vem nenhum carro.
  • Placas eletrônicas dizendo quantos minutos faltam para chegar o trem e informações nas paradas sobre as próximas paradas e o mapa das linhas e das ruas.
  • As pessoas sobem mais escada que no Brasil.
  • Tem caixas eletrônicos na rua e eles não são roubados durante a noite.
  • Aprender sobre a história da segunda guerra e da guerra fria e poder ver pessoalmente na cidade os lugares mencionados.
  • Respectivamente ver filmes (especialmente comédias!) sobre a queda do muro e "reconhecer" os lugares.
  • Não tem trânsito.
  • As pessoas usam as combinações de roupas mais malucas e ninguém está nem ai: é normal. O mesmo vale para os estilos de cabelo. Essas pessoas são de todas as idades e, o melhor, elas arrumam emprego.
  • Precisei fazer um B.O. e uns dias depois a polícia me ligou para perguntar se eu já tinha recuperado meus pertences. Mais outros dias depois recebi em casa uma carta expressando sentimentos (hahahaha) pelos meus pertences para sempre perdidos e dizendo que eu deveria informar em tal número se tivesse alguma notícia.
  • Bons restaurantes.
  • As casas dos bairros pobres são, ao que me pareceu, boas.
  • Os prédios não possuem portaria, câmeras de segurança ou qualquer tipo de grade ou portão entre sua janela e a calçada. E não tem problema.
  • Adoro a atmosfera à noite (no verão), o movimento e as luzes.

    Motivos para não gostar de Berlim (ok, algumas dessas coisas são sobre a Alemanha, não só sobre Berlim)
  • Xenofobia. Não, não sou loira, de olhos azuis e de pele branca, e aqui notei que as pessoas mais velhas e conservadoras se incomodam por eu ser uma extrangeira na terra delas.
  • Pessoas estúpidas e grossas. Note a frase sobre pessoas simpáticas na outra lista. Pois é, na minha opinião as pessoas em Berlim são 8 ou 80.
  • Quando a máquina de comprar o bilhete do metrô devolve seu dinheiro apesar de não haver nada de errado com ele, e você precisa comprar o bilhete.
  • Bêbados no metrô à noite.
  • Muitas lojas não aceitam cartão de crédito, e, das que aceitam, muitas não aceitam Master.
  • O cinema é caro, e meia entrada não é bem "meia".
  • Burocracia quando você precisa que algum tipo de documento ou atestado seja emitido. Isso sem falar nesse negócio de se registrar na prefeitura...
  • Ter que ir no médico para comprar medicação que no Brasil você compra sem receita.
  • Em alguns bares você tem que pagar na hora cada vez que trazem seu pedido, e não tudo no final. Isso dificulta se você não tem trocado ou se queria pagar um valor maior no cartão.
  • Tudo fecha cedo! E no domingo não tem nada aberto.
  • Você precisa permanecer do lado direito da escada rolante. Não vejo nenhum problema nisso. O problema é quando te fuzilam porque você andou pelo lado esquerdo da calçada. Pessoas que arrumam motivos irrisórios para se estressar.
  • Tem gente que não sabe ganhar dinheiro. Chega um cliente no restaurante e não vem ninguém para indicar uma mesa. Se a pessoa achar lugar num lugar cheio, é torcer para vir alguém anotar o pedido; se não achar, é bom ter paciência. Num horário em que poderia ter clientes, tudo fechado. Chega alguém numa loja de celular pedindo um plano e eles falam que não dá e fica por isso mesmo. A pessoa vai embora e eles não oferecem uma outra opção para tentar segurar o cliente. Juro que em vários lugares eu pretendia gastar meu dinheiro, mas a falta de ajuda do vendedor me fez não saber se loja tinha o que eu queria.
  • O tempo! Só aqui eu aprendi como o tempo no Brasil é bom. O brasileiro não sabe. Com qualquer ventinho já está reclamando de frio. Como vi numa frase de cartão postal, "Das ist kein Wetter!".
  • Quando está aquele calorão, todas as janelas do S-Bahn estão fechadas e o povo está de casaco lá dentro. E só por isso o S-Bahn anda na velocidade de uma lesma.

Eu não soube em que lista colocar o dialeto. No começo ele causa um estranhamento. Depois de uma certa convivência com a pessoa, passei a me acostumar com a pronúncia diferente.

O balanço final foi positivo. é uma relação complicada com a cidade, porque tem dias que estou de saco cheio, e teve uma época em que eu não estava numa boa fase. Tudo dava errado. Mas depois passou. Fiz outras coisas e a cidade voltou a ser boa e voltei a sentir uma atmosfera agradável. Acho que se eu morasse aqui no meu próprio apartamento, sozinha ou com outra pessoa da minha escolha, se fosse uma pessoa com quem eu pudesse contar realmente, teria me poupado diversas coisas desagradáveis em Berlim que atrapalharam alguns dos meus dias.

Só sei que já estou pensando no que vou fazer quando voltar!

14 de agosto de 2012

Schwerin

Schwerin é uma cidade onde fui com uns amigos num domingo. Estávamos sem o que fazer, a cidade não é muito longe e o bilhete era barato (fomos com o Schönes Wochenende Ticket, então ficaram 8 euros para cada um!). A cidade é a capital de um estado chamado Meckleburg-Vorpommern - pois é, rs -, que ouvi falar ser o estado mais pobre da Alemanha, e é uma cidade pequena. Tem um centrinho velho, um lago com passeio de barquinho, um centro comercial (que, óbvio, estava fechado). O que achamos engraçado foi que vimos uma igreja fechada para férias. Gente! Onde já se viu igreja ter férias? Achei simplesmente cômico!

Aqui é o lago, onde sentamos num cais para passar o tempo, ai veio o tiozinho do barco e nos xingou porque nós só estávamos lá sentados e não íamos pegar o barco. Há! Só serviu para me ajudar a reconhecer um pouco mais do humor alemão, pois ele foi extremamente irônico. Preciso de uns momentos até entender se os alemães estão me xingando ou se só estão fazendo um comentário.

A cidade velha. Uma gracinha, mas tudo fechado. Pobres comerciantes, perderam o dinheiro que eu poderia gastar com vocês... =)

O castelo é a atração principal da cidade. Hoje esse castelo abriga um museu e o prédio do governo estadual. Não entrei, pois meus amigos não estavam a fim de ver interior de castelo, mas as um milhão de fotos que tirei do exterior já valem. Que coisa maravilhosa! Lindo mesmo!

Essa foi tirada do parque que tinha atrás do castelo. Nesse dia estava acontecendo uma festinha de comidas de Viena. Comi um Wiener Schnitzel caro e tomei um sorvete de flores. Estranho, mas tinha gosto de pétalas mesmo. Ruim! Tinha também um palco com um trio cantando música lírica. Andando mais um pouco, encontramos um mercado de pulgas com uma barraquinha de doces poloneses, que minha amiga me fez experimentar e que, na minha opinião, são parecidos com os bombons da caixa da Nestlé. Hehehe!

Já isso aqui é uma arte bastante interessante que estava no jardim do castelo. Tinha um pedaço da parede no meio da grama com essa moldura vazia. O quadro é a própria paisagem que você vê. Gostei muito da ideia. E claro que tiramos fotos fazendo pose na moldura.

No final do dia já não tínhamos mais o que fazer em Schwerin, mas acho que valeu para conhecer um lugar novo. Ah, esqueci de falar que vimos um bar latino que tinha simplesmente uma quadra de volei de praia! É, com areia e tudo, e gente jogando! Essa Alemanha tem cada coisa...

11 de agosto de 2012

Barrados na balada

Faz tempo que não posto aqui porque não tive muito tempo. Mas essa é a minha última semana em Berlim (já), então preciso organizar minhas coisas, para depois vir escrever posts mais longos. A partir da semana que vem vou viajar por 2 semanas, e depois vou para minha nova casa em Munique.

Mas achei um assunto curto do qual falar, só porque isso me indignou muito. Ontem eu e uns amigos tínhamos decidido ir numa balada da qual minha amiga tinha ouvido falar. Era supostamente uma balada chique, em cima de um prédio onde daria para ver a cidade. Fomos.

Chegando lá tinha uma entrada com três seguranças de terno na porta, coisa que não costuma ter aqui. Chegamos, por coincidência, junto com outras pessoas. O segurança deixou algumas entrarem e, em seguida, fechou a catraca para a gente e perguntou se estávamos junto com as pessoas atrás de nós. Não. Então disse que nós podíamos todos seguir à direita. Seguimos. E ficamos para fora da fila. Não podíamos entrar. Simples assim, sem explicação.

Um rapaz que estava com a gente disse que ouviu o segurança falando que nós não éramos alemães. Alguém me dá uma arma para eu dar um tiro nessa criatura infeliz?
Não foi a primeira vez que sofri xenofobismo aqui, e provavelmente não vai ser a última. Esse tipo de experiência só me serve para eu aprender muito sobre a vida, as pessoas, e como elas devem ser tratadas.