18 de agosto de 2012

Motivos para gostar de Berlim, ou não

Amanhã é meu último dia em Berlim. Triste e passou rápido. Estou indecisa, pois ao mesmo tempo estou ansiosa para conhecer lugares novos, e não quero ir embora. Odeio a ideia de as coisas acabarem. Mas sei lá... =/
Bom, para fins de conclusão, escrevi uma lista de coisas que eu gosto em Berlim e de coisas que não gosto. Essa lista não tem o objetivo de ser precisa, eu escrevi para mim e é a minha opinião baseada na minha experiência.

    Motivos para amar Berlim
  • Currywurst
  • As pessoas com cabelos das mais diversas cores e cortes
  • Nöö!
  • Pessoas muito simpáticas
  • Poder andar à noite no escuro e não ser perigoso
  • O transporte público é organizado para um brasileiro (mas para um alemão é, às vezes, vergonhoso).
  • Ótima infraestrutura turística
  • Os mendigos e sem-teto falam inglês, alemão, e muitas vezes outras línguas. Isso não é bom para nós, porque eles podem pedir dinheiro em várias línguas, mas o fato é bastante interessante.
  • O transporte público não tem catraca. Extremamente conveniente para a pressa.
  • Mercado de pulgas no Mauerpark.
  • Tem muitos parques no meio da cidade onde se pode passear e sentar na grama quando está sol.
  • Andar de bicicleta.
  • Tem diversos lagos em torno da cidade onde dá para ir de trem e onde há praias e lugares para praticar esportes aquáticos.
  • As pessoas lêem muito mais que no Brasil.
  • Dussmann, a versão alemã da Livraria Cultura.
  • Alguns bares com ambiente muito agradável.
  • Retornar as garrafinhas plásticas no supermercado.
  • A forma como cada bairro da cidade parece por si só uma cidade completamente diferente.
  • A forma como alguns museus procuram ser dinâmicos e interessantes.
  • Os carros respeitam o sinal verde para os pedestres. Porém eu acho que os pedestres não deveriam esperar o sinal quando não vem nenhum carro.
  • Placas eletrônicas dizendo quantos minutos faltam para chegar o trem e informações nas paradas sobre as próximas paradas e o mapa das linhas e das ruas.
  • As pessoas sobem mais escada que no Brasil.
  • Tem caixas eletrônicos na rua e eles não são roubados durante a noite.
  • Aprender sobre a história da segunda guerra e da guerra fria e poder ver pessoalmente na cidade os lugares mencionados.
  • Respectivamente ver filmes (especialmente comédias!) sobre a queda do muro e "reconhecer" os lugares.
  • Não tem trânsito.
  • As pessoas usam as combinações de roupas mais malucas e ninguém está nem ai: é normal. O mesmo vale para os estilos de cabelo. Essas pessoas são de todas as idades e, o melhor, elas arrumam emprego.
  • Precisei fazer um B.O. e uns dias depois a polícia me ligou para perguntar se eu já tinha recuperado meus pertences. Mais outros dias depois recebi em casa uma carta expressando sentimentos (hahahaha) pelos meus pertences para sempre perdidos e dizendo que eu deveria informar em tal número se tivesse alguma notícia.
  • Bons restaurantes.
  • As casas dos bairros pobres são, ao que me pareceu, boas.
  • Os prédios não possuem portaria, câmeras de segurança ou qualquer tipo de grade ou portão entre sua janela e a calçada. E não tem problema.
  • Adoro a atmosfera à noite (no verão), o movimento e as luzes.

    Motivos para não gostar de Berlim (ok, algumas dessas coisas são sobre a Alemanha, não só sobre Berlim)
  • Xenofobia. Não, não sou loira, de olhos azuis e de pele branca, e aqui notei que as pessoas mais velhas e conservadoras se incomodam por eu ser uma extrangeira na terra delas.
  • Pessoas estúpidas e grossas. Note a frase sobre pessoas simpáticas na outra lista. Pois é, na minha opinião as pessoas em Berlim são 8 ou 80.
  • Quando a máquina de comprar o bilhete do metrô devolve seu dinheiro apesar de não haver nada de errado com ele, e você precisa comprar o bilhete.
  • Bêbados no metrô à noite.
  • Muitas lojas não aceitam cartão de crédito, e, das que aceitam, muitas não aceitam Master.
  • O cinema é caro, e meia entrada não é bem "meia".
  • Burocracia quando você precisa que algum tipo de documento ou atestado seja emitido. Isso sem falar nesse negócio de se registrar na prefeitura...
  • Ter que ir no médico para comprar medicação que no Brasil você compra sem receita.
  • Em alguns bares você tem que pagar na hora cada vez que trazem seu pedido, e não tudo no final. Isso dificulta se você não tem trocado ou se queria pagar um valor maior no cartão.
  • Tudo fecha cedo! E no domingo não tem nada aberto.
  • Você precisa permanecer do lado direito da escada rolante. Não vejo nenhum problema nisso. O problema é quando te fuzilam porque você andou pelo lado esquerdo da calçada. Pessoas que arrumam motivos irrisórios para se estressar.
  • Tem gente que não sabe ganhar dinheiro. Chega um cliente no restaurante e não vem ninguém para indicar uma mesa. Se a pessoa achar lugar num lugar cheio, é torcer para vir alguém anotar o pedido; se não achar, é bom ter paciência. Num horário em que poderia ter clientes, tudo fechado. Chega alguém numa loja de celular pedindo um plano e eles falam que não dá e fica por isso mesmo. A pessoa vai embora e eles não oferecem uma outra opção para tentar segurar o cliente. Juro que em vários lugares eu pretendia gastar meu dinheiro, mas a falta de ajuda do vendedor me fez não saber se loja tinha o que eu queria.
  • O tempo! Só aqui eu aprendi como o tempo no Brasil é bom. O brasileiro não sabe. Com qualquer ventinho já está reclamando de frio. Como vi numa frase de cartão postal, "Das ist kein Wetter!".
  • Quando está aquele calorão, todas as janelas do S-Bahn estão fechadas e o povo está de casaco lá dentro. E só por isso o S-Bahn anda na velocidade de uma lesma.

Eu não soube em que lista colocar o dialeto. No começo ele causa um estranhamento. Depois de uma certa convivência com a pessoa, passei a me acostumar com a pronúncia diferente.

O balanço final foi positivo. é uma relação complicada com a cidade, porque tem dias que estou de saco cheio, e teve uma época em que eu não estava numa boa fase. Tudo dava errado. Mas depois passou. Fiz outras coisas e a cidade voltou a ser boa e voltei a sentir uma atmosfera agradável. Acho que se eu morasse aqui no meu próprio apartamento, sozinha ou com outra pessoa da minha escolha, se fosse uma pessoa com quem eu pudesse contar realmente, teria me poupado diversas coisas desagradáveis em Berlim que atrapalharam alguns dos meus dias.

Só sei que já estou pensando no que vou fazer quando voltar!

Um comentário:

  1. Essa coisa das pessoas serem grossas eu tb senti na Irlanda. rsrs Vai ver é um mal europeu. E tudo fecha MUITO cedo!!! 17h e está tudo fechando! Como pode? Só em loja de shopping que fechava às... 20h. Engraçado que o expediente começava só às 9h da manhã. Vai entender...

    Agora, lojas que não aceitam cartão de crédito é complicado, hein? o.o rsrs

    mas pelo menos teve um saldo positivo e que bom que vc está gostando. :-)
    bjos bjos

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