25 de julho de 2012

Schloss Charlottenburg

O Schloss Charlottenburg (schloss = castelo) é um dos lugares mais bonitos de Berlim, na minha opinião. Foi construído em 1699 por ordem de Frederico III para sua mulher Sofia Carolina (tradução dos nomes de nobres às vezes dói...) como palácio de verão e possui um jardim no estilo barroco, rodeado por um parque. Eu adoro parques, então sou meio suspeita para falar. O castelo foi parcialmente destruído na 2ª guerra, então não sei realmente o que é original e o que não é. As fotos abaixo são do primeiro andar. Já no segundo andar as paredes eram todas lisas, só com algumas pinturas e móveis, justamente por causa do bombardeiro. É uma pena.

Dá pra chegar lá de ônibus partindo da estação Zoologischer Garten, mas a besta aqui resolveu fazer um caminho mais "legal" e andou para caramba. E esse foi o primeiro dia de quase sol desse mês. Faz uma semana. E isso porque também choveu nesse dia. Bom...
E aqui é o interior do castelo. Achei esse salão de madeira muito bonito.

Todo o andar inferior do castelo é cheio de detalhes, de paredes ricas e molduras riquíssimas, de quadros, de móveis antigos que hoje seriam considerados pequenos, e de várias outras coisas que eles devem ter tentado preservar ao montar o museu.
Detalhe para essa sala de porcelanas. Isso foi só uma parede, pois as outras também eram cheias de vasos e não couberam na minha foto.

Esse quarto era o vestiário da tal da Sofia Carolina. Vários dos quartos eram alguma coisa dela, afinal o palácio era só para ela!

Aqui a visão de trás a partir do jardim.

A foto desse lugar é uma das minhas preferidas. Claro que minha câmera não é lá aquelas coisas, mas vi a mesma foto com a câmera profissional do meu amigo e quase caí de costas.

E essa foto é de um dos anexos do castelo, que eram casas separadas, e que hoje são também museus. Um é um museu de porcelanas, outro possui pinturas e uma exposição sobre decoração naquela época. Fotografei todos os quadros. Afinal, eu paguei pela licença de fotos, então tinha que usar! Mas ninguém merece eu ficar postando isso aqui no blog! Só fotografei esse salão e outras coisas do gênero para eu me lembrar de como elas eram quando ver essa foto anos depois, pois minha memória é fraca.

24 de julho de 2012

Curtas, parte 3: ingresso gratuito

Eu juro que tento, mas alimento o esteriotipo do brasileiro e não consigo ser organizada. Organizada nos mínimos detalhes. Por exemplo, semana passada eu troquei de bolsa. Não comprei uma bolsa nova, só resolvi que no dia seguinte ia sair com outra bolsa, e para isso precisava transferir todos os objetos de uma para a outra.

Lógico que durante esse processo eu me distraí, olhei o computador, mexi em outras coisas, então a bolsa não recebeu atenção máxima. Lógico, eu esqueci de transferir um ítem importantíssimo: a carteira. Aí, no dia seguinte, como eu tinha aula só à tarde e o tempo estava duvidoso, resolvi ir num dos museus da minha lista de coisas a fazer, o museu da tecnologia. Cheguei lá toda feliz de conhecer uma rua nova de Berlim, e um metrô novo também, e por ticar um ítem da minha lista. Mas na hora de pagar o ingresso, cadê a carteira? Eu pedi licença para a mulher do caixa e disse que ía procurar meu dinheiro. A mulher atendeu outras pessoas, e depois virou para mim e perguntou se eu já tinha achado.

- Não, eu esqueci a minha carteira -, eu disse. Ela começou a mexer no caixa, tirou um ingresso e quis me dar.
- Mas eu não tenho dinheiro -, eu respondi, já louca de ter perdido a viagem.
- Eu sei! - disse a mulher mal-humorada. - Mas esse ingresso é para a senhora.
- É, mas eu não estou entendendo...
- A senhora está esperando alguém?
- Não.
- Então é um ingresso gratuito, já que a senhora esqueceu a carteira - disse ela com o mal-humor ainda maior. - De vez em quando a gente faz isso!

Eu aceitei o ingresso chocada. Sério. Agora chocada por que, eu não sei. Por ela ter me dado o ingresso, quando a reação de muitos outros alemães seria de "problema seu". Ou por ela ter feito uma cortesia com mal-humor? Quando a gente é gentil a gente tenta demonstrar isso. Eu nunca tinha visto uma cortesia feita brava desse jeito, como se eu não ter entendido que era um presente a tivesse irritado.

De qualquer forma, não estou reclamando. O museu foi super interessante, mas os alemães são cada vez mais incompreensíveis.

20 de julho de 2012

De telefones antigos

Hoje eu fui no Technik Museum em Berlim e presenciei uma situação interessante. Não vou comentar agora sobre o museu em si, que é fantástico, mas sobre como talvez eu esteja ficando velha.

Na parte dos telefones tinha os mais diversos tipo de telefones antigos. Alguns todos de madeira, com designs bastante curiosos e típicos de aparelhos bem antigos. Esses, por exemplo, eram usados em ferroviárias:

Ai também tinha alguns telefones com esse disco para discar os números. Não sei o nome disso. Vejam só, todos antigos.

Então noto que ao meu lado havia um pai com uma menininha. Ele estava explicando para ela como funcionavam esses telefones com o disco. Que você tem que por o dedo no buraco do número e girar até o final, depois soltar, esperar o disco girar de volta e por o dedo no próximo número e assim por diante. E a menininha interessada, pois nunca tinha visto isso na vida. No final ela fez uma cara de rejeição com um comentário como "Era tudo assim, então? Que estranho!".

Estranho foi para mim, que nunca tinha imaginado que existisse uma pessoa (ok, uma criança) que não entendesse automaticamente como se usa um telefone desses.

14 de julho de 2012

O pão e o alemão

Descobri por que os alemães gostam tanto do próprio pão e reclamam do pão branco americano. Aqui até tem pão de forma branco, mas a maioria deles compra os diversos tipos de pão integral. E o pão não tem que ser somente integral, ele precisa ter diversos tipos de grãos, como semente de girassol e outros tipos, e pode ser mais preto ou menos preto.

Eles dizem que pão branco é muito mole, que eles precisam de uma coisa consistente para mastigar. Na minha cabeça isso não fazia muito sentido, até que caiu a ficha: eles comem pão puro. É, puro. Sem requeijão, margarina, geléia, cream cheese, queijo, presuto, alface, patê, carne, ovo ad eternum. Pão puro, seco, sem nada, nem um cafezinho. Eles comem pão que nem bolo.

Me diz quem em sã consciência faz isso?

12 de julho de 2012

Curtas - parte 2

Velho

Eu estava em Düsseldorf, num sábado de manhã com a intenção de conhecer a cidade. O tempo não estava muito de acordo com a minha decisão, pois ele me mandou uma chuvinha logo cedo. Como não gosto de ficar perdendo tempo no hostel, sai na rua com chuva mesmo. Chegando num lugar coberto, resolvi parar para ver para onde eu ia em seguida.

Nisso, passa um senhor de uns 60-70 anos no telefone. Ao passar do meu lado ele simplesmente parou e me olhou de cima a baixo. Me decidi e continuei meu caminho com o guarda-chuva pensando em como seria estranho se o homem tivesse realmente achado algo de errado comigo e viesse atrás de mim para reclamar de alguma coisa. Para minha surpresa (ou não), lá veio ele atrás de mim. Quero deixar claro, era um senhor alemão de terninho e cabelos brancos.

- Bom dia -, disse ele.
- Bom dia -, eu respondi e continuei andando.
- Qual é o seu nome? - disse ele, e eu olhei em choque por ouvir tal pergunta de um estranho nesse país onde as pessoas não se intrometem na vida dos outros assim.
- Por quê? - pois é, a Alemanha está me ensinando não aceitar de tudo.
- Porque eu te achei muito bonita. - E meu choque só aumenta. - Você não quer tomar café comigo?
- Eu já tomei café.
- Mas o tempo está ruim. É melhor sentar para esperar a chuva passar. De onde você é?
- Do Brasil. - eu sempre continuo andando.
- Eu conheço o Brasil! Iguaçu, Rio, Sao Paulo... - por que será que eu não me espantei com os exemplos? - Veja só, tem esse café aqui...
- Acho que não.
- Por que não?
- Não entendo por que deveriamos tomar café.
- É difícil de entender! Eu te achei bonita. Nós sentamos em algum lugar, ai você me conta o que você faz na Alemanha e eu te conto o que eu faço.
- Hum... Acho que não.
- Tudo bem. Tchau então!

Por quê? Por que, meu deus, só me acontece isso com gente que não me interessa?! Hahahaha. Se fosse um sujeito interessante eu teria ido! Hahahaha. Desculpa quem gosta, mas eu não gosto de velho, e muito menos de velho tarado no meio de um povo tão discreto!

7 de julho de 2012

Leipzig

Fui para Leipzig num sábado, numa viagem de um dia só. Portanto só deu para ver o centro histórico, mas estou chegando à conclusão de que imagino como seria o resto da cidade. E também quero me bater porque acho que não tirei fotos o suficiente. Eu tiro foto de tudo, não só das atrações turíscas, porque é vendo as fotos que me lembro como era a cidade. Isso significa que costumo tirar fotos das ruas normais das cidades, para eu não me esquecer. Ok, às vezes tenho vergonha de fazer isso. Mas sempre procuro um rua sem ninguém para fotografar! (kommisch..)

Aqui é a prefeitura antiga. Olha só que gracinha de prefeitura. Igualzinho o prédio cinza e feio da de Cotia.

Estava acontecendo uma festa de rua na cidade! Já esqueci o que era! Mas tinha uma orquestra ao ar livre (muito lindo!) e uns músicos alternativos no meio da calçada. E, lógico, as barraquinhas de comida eram todas de linguiça, hahaha. Também tinha algodão doce e maçã do amor. Pois é, maçã do amor. Hahaha. Só que ainda bem que não como esse troço.

Esse é o túmulo de Bach. É, Bach! A tonta aqui não sabia que ele estava lá, ai quando dei de cara com a igreja onde fica esse túmulo levei um choque. Idiota, mas verdade. Bach não é de Leipzig, mas trabalhou muitos anos lá. O órgão em que ele tocava não é mais o original, mas está valendo.

Isso é uma coisa indefinida que estava no meio de uma galeria. Indefinida porque sei lá! Dizia ser um relógio. Tinha os números romanos esculpidos nesse metal no chão. Porém não entendi como ele funcionaria. Ai por sorte passou um grupo turístico bem na hora, e a guia, falando russo, explicou que se você molhar as mãos na água e esfregar nessas alças o atrito emite um barulho, que faz esse "poço" vibrar e forma esse desenho de teia na água. A água realmente treme e algumas gotas até pulam para cima!

6 de julho de 2012

Curtas - parte 1

Estou inaugurando essa coluna Curtas, que são simplesmente relatos curtos de situações engraçadas ou trágicas que eu vejo de vez em quando. Para quem se interesse por esse tipo de curiosidade, e também para eu não me esquecer dessas cenas.

Flores

Estávamos viajando de trem. Não lembro para onde, mas era com o Nahverkehr, esse trem regional e mais barato. O trem estava cheio. Eu estava com algumas pessoas, e todos encontraram lugares, menos uma. Eu sentei num lugar de frente para duas poltronas, uma ocupada por uma mulher - melhor dizendo, uma dama alemã - e o outro por uma sacola com flores. Do lado da minha poltrona tinha um tipo de superfície para colocar objetos. Ai essa pessoa que estava comigo e que tinha ficado sem lugar chega e pergunta para a mulher se aquela poltrona com as flores estava ocupada. Quero deixar claro novamente que era visível que o trem estava lotado. E qual não é a resposta?
"Sim, aqui estão as minhas flores."

5 de julho de 2012

Warnemünde

Quem ia imaginar que os alemães tem praia? Pois é, eles tem, e praia com areia. Agora, se faz sol nessa praia, já é outra história! Hoje o tempo não está bom, como não estava quando fui para essa cidade no Ostsee chamada Warnemünde, mas não está frio, somente nublado ou chovendo. A viagem já estava programada, então fui mesmo com o tempo não muito favorável.

A cidade é um ovo, lógico. Possui um centrinho com casas com arquitetura tradicional, muitas lojas de turista e lojinhas de roupa. Essas são algumas das casas e lojas:

Andando um pouco, chegamos à beira da praia, onde tem restaurantes, mais lojas, muitos turistas e um farol. Dá para subir no farol, mas, por mais barato que fosse, eu não quis gastar meus joelhos numa escada estreitinha para uma vista menos impressionante do que outras que já vi (depois de subir na Siegesäule, nunca mais!).

As lojinhas, principalmente uma ao lado do farol, são cheias de lembrancinhas com temáticas de mar e de navegação. Uma gracinha! Mas me lembrou muito os objetos de decoração dos restaurantes de Santos. Esses timões, nós de marinheiro, gaivotas, conchas, pedrinhas, peixinhos e etc. Tinha uma quantidade relativamente grande de pessoas na cidade; a maioria comprando ou comendo. E as gaivotas realmente estão presentes na cidade. Vi várias!
E agora vamos à praia:

Ok. Não é nenhuma praia paradisíaca, mas eu acho que num dia de sol e quando você não tem nenhuma outra possibilidade de praia (porque mora na Alemanha!), é uma boa opção. Tinha até um escorragador inflável montado por um restaurante e algumas cadeiras de praia. Mas realmente as pessoas não compareceram, porque o tempo não estava bonito. Apesar disso, vi uma ou outra família com crianças e barracas montadas. Os alemães têm mania de montar barracas de acampamento na praia em vez de levar um guarda-sol. Já comentei com uma pessoa que acho isso meio engraçado. Ela simplesmente não consegue entender o porquê. Ela disse que é para proteger as crianças do vento. Mas nas praias do Brasil não tem vento? Não tem vento tanto no frio quanto no calor? E eu não sou lá muito expert em praia, mas nunca vi barracas de acampamento na praia.

Achei estranho ter visto várias água-vivas boiando bem no rasinho. Deviam estar mortas. Ou sei lá. Mas como vou saber? Só sei que tenho medo desse bicho e que não entraria nessa água nem morta, por paranoia de enconstar em alguma, mesmo que morta.

3 de julho de 2012

Planos de viagem = fail

Não tem jeito, eu sou uma alma viajante. Simplesmente adoro conhecer cidades novas, mesmo que não tenha nada de muito especial nelas. Então tracei o objetivo de viajar para algumas cidades, mesmo que sozinha, durante esse meu tempo na Alemanha.

Isso siginifica que até o final de dezembro quero conhecer Bremen, Hannover, Düsseldorf, Colônia, Bonn, Frankfurt am Main, Nuremberg, Stuttgart e Freiburg (Hamburgo, Dresden e Leipzig já foram).

Mas São Pedro parece que não está muito de acordo com meus planos. Desde decidi que já conheci Berlim o suficiente e podia começar a viajar para outros lugares, só chove. Minto. Só chove nos finais de semana! A previsão do tempo é de dar raiva em qualquer um: de segunda a quinta sol ou tempo estável, sexta tempestade, sábado e domingo chuva. E na próxima segunda, sol outra vez. E em todas as cidades da Alemanha. Por quê?!

Aí uma colega me disse hoje que existe um motivo para isso. Alguma coisa relacionada ao gás carbônico emitido pelos carros, que no final de semana diminui e causa a chuva. Hunf! Estou pesquisando se tem algum lugar com uma previsão melhrozinha para eu ir nesse final de semana. Preciso de sorte!