16 de setembro de 2012

Filme 360

Hoje em pleno domingo eu fui ao cinema. Tinha resolvido que queria assistir esse filme, por ser do Fernando Meirelles, e hoje era o último dia. Não tem muita opção do que se fazer sozinha na Alemanha num domingo, então fui.

A história do filme é basicamente sobre as vidas de diversas pessoas, que se entrelaçam de uma forma ou de outra. Romances, que dão certo ou errado, ou que simplesmente não acontecem. E como as pessoas vêm e vão na nossa vida.

Original? Talvez não. Mas real, feito de uma forma agradável, e que veio a mim num momento interessante. Gostei também de haver personagens de diversos países, que falam diversas línguas, em vez de simplesmente por todo mundo falando inglês.

A frase "nós vivemos apenas uma vez. Quantas chances ainda temos?" veio e se sentou ao meu lado no cinema, me cutucando e dizendo: está vendo? Sai do cinema ao final do filme e não queria ir ler meu livro, como planejado. Não queria fazer nenhuma outra coisa tampouco. Fui dar uma volta pela cidade. Tudo fechado, mas o tempo estava bom e tinha algum movimento de turistas no centro. Fui, vi o movimento, olhei os cafés abertos, resolvi que se eu realmente quero o que quero era agora que precisava agarrar a minha chance. Ai passei ao lado do restaurante mais improvável, um japonês, e vi uma cesta de maçãs. Comprei uma e fui embora para casa, pensando ser um sinal eu ter visto as maçãs bem na hora em que pensei que o que eu precisava era de uma fruta e que todos os supermercados estavam fechados.

Não sou nenhuma cinéfila, e os cinéfilos de plantão podem achar os defeitos que quiserem no filme, mas ele foi bom para mim, e isso já basta.

25 de agosto de 2012

Pequeno passeio por Viena

Para quem não sabe estou fazendo uma pequena viagem de 2 semanas, passando por várias cidades. Uma delas foi Viena. Sei que é muito pouco tempo para eu ter alguma opinião razoável sobre a cidade, mas posso ao menos dizer qual foi a impressão que tive.

Em primeiro lugar, nunca tinha procurado fotos da cidade em nenhum lugar. Não sabia o que esperar da arquitetura ou das atrações. Fui pelo simples prazer de viajar. Chegando lá, a primeira coisa que pensei foi: será que vim para Roma no lugar de Viena e ninguém me avisou?

Achei a arquitetura dos prédios históricos idêntica à de Roma. E todas essas estátuas decorando os prédios, e as colunas gregas... Olha a estátua do Mozart como exemplo:

E a cidade é toda cheia de palácios, pois foi a capital do império áustro-húngaro. Essa é uma parte de um deles:

Não tive tempo de entrar em nenhum palácio ou museu. Minto, entrei no parlamento, mas isso provavelmente vai ficar para outro post. É muito museu! É coisa para você visitar um em cada dia, com calma, e não ficar correndo para ver tudo em um dia. Deixei isso para o dia que puder voltar lá, até porque já entrei em palácios em outras cidades.

Na foto acima é a ópera, um prédio muito bonito e do qual eu esqueci de tirar foto da fachada! Aí é a lateral. Mas essa foto ajuda a representar porque eu achei esse centro histórico de Viena uma cidade régia. É tudo tão grande e majestoso, tudo tão esbanjando a riqueza que um dia existiu ali. Eu não entendo bem de arquitetura para saber o nome do estilo desses prédios (será renascentista? XD), só sei que é um estilo que não me agrada muito. Acho muito mais bonito neo-gótico. Então como tem muitos prédios assim, e tudo de cor tão clarinha, me deu uma sensação de distância.

Em compensação, tem predios que são diferentes. Abaixo estão as fotos da prefeitura e da catedral respectivamente.


Foto da catedral tirada da wikipédia, pois a imbecil não tirou foto desse ângulo.>

Acho muito mais bonito assim. E o que são essas florzinhas nas janelas da prefeitura? Que coisa mais linda! Estava acontecendo um festival de cinema da frente da prefeitura, por isso o telão.

Aqui abaixo é um monumento que foi presente da Rússia pela proclamação da república da Áustria (está certo isso? Eu lembrei do que o guia falou? hehe). À noite a luz da fonte fica mudando de cor. E só a nível de informação, eu fui parar nesse lugar à noite porque estava perdida!

Aqui é só mais um exemplo de prédio. Porque eu sou estranha e fico tirando foto das ruas para eu me lembrar de como elas eram anos depois, pois minha memória não é tão boa como deveria ser e eu esqueço.

Gostei de poder ter voltado a falar alemão. É que estou com um grupo de falantes nativos do inglês, portanto estou só ouvindo essa língua com os mais diversos sotaques nativos, acompanha pelo humor deles (que, a propósito, não me agrada). Me sinto tão melhor com o idioma alemão! Ainda mais ouvindo um sotaque novo e divertido.

Tinha chegado à conclusão de que minha impressão sobre Viena era de que eu voltaria a fins de turismo, para visitar os museus e palácios, mas não moraria lá. Agora já tenho uma outra ideia. A de que eu sou meio nômade, de que meu negócio é mudar, e não olhar para um lugar e achar que deveria permanecer ali ou não.

18 de agosto de 2012

Motivos para gostar de Berlim, ou não

Amanhã é meu último dia em Berlim. Triste e passou rápido. Estou indecisa, pois ao mesmo tempo estou ansiosa para conhecer lugares novos, e não quero ir embora. Odeio a ideia de as coisas acabarem. Mas sei lá... =/
Bom, para fins de conclusão, escrevi uma lista de coisas que eu gosto em Berlim e de coisas que não gosto. Essa lista não tem o objetivo de ser precisa, eu escrevi para mim e é a minha opinião baseada na minha experiência.

    Motivos para amar Berlim
  • Currywurst
  • As pessoas com cabelos das mais diversas cores e cortes
  • Nöö!
  • Pessoas muito simpáticas
  • Poder andar à noite no escuro e não ser perigoso
  • O transporte público é organizado para um brasileiro (mas para um alemão é, às vezes, vergonhoso).
  • Ótima infraestrutura turística
  • Os mendigos e sem-teto falam inglês, alemão, e muitas vezes outras línguas. Isso não é bom para nós, porque eles podem pedir dinheiro em várias línguas, mas o fato é bastante interessante.
  • O transporte público não tem catraca. Extremamente conveniente para a pressa.
  • Mercado de pulgas no Mauerpark.
  • Tem muitos parques no meio da cidade onde se pode passear e sentar na grama quando está sol.
  • Andar de bicicleta.
  • Tem diversos lagos em torno da cidade onde dá para ir de trem e onde há praias e lugares para praticar esportes aquáticos.
  • As pessoas lêem muito mais que no Brasil.
  • Dussmann, a versão alemã da Livraria Cultura.
  • Alguns bares com ambiente muito agradável.
  • Retornar as garrafinhas plásticas no supermercado.
  • A forma como cada bairro da cidade parece por si só uma cidade completamente diferente.
  • A forma como alguns museus procuram ser dinâmicos e interessantes.
  • Os carros respeitam o sinal verde para os pedestres. Porém eu acho que os pedestres não deveriam esperar o sinal quando não vem nenhum carro.
  • Placas eletrônicas dizendo quantos minutos faltam para chegar o trem e informações nas paradas sobre as próximas paradas e o mapa das linhas e das ruas.
  • As pessoas sobem mais escada que no Brasil.
  • Tem caixas eletrônicos na rua e eles não são roubados durante a noite.
  • Aprender sobre a história da segunda guerra e da guerra fria e poder ver pessoalmente na cidade os lugares mencionados.
  • Respectivamente ver filmes (especialmente comédias!) sobre a queda do muro e "reconhecer" os lugares.
  • Não tem trânsito.
  • As pessoas usam as combinações de roupas mais malucas e ninguém está nem ai: é normal. O mesmo vale para os estilos de cabelo. Essas pessoas são de todas as idades e, o melhor, elas arrumam emprego.
  • Precisei fazer um B.O. e uns dias depois a polícia me ligou para perguntar se eu já tinha recuperado meus pertences. Mais outros dias depois recebi em casa uma carta expressando sentimentos (hahahaha) pelos meus pertences para sempre perdidos e dizendo que eu deveria informar em tal número se tivesse alguma notícia.
  • Bons restaurantes.
  • As casas dos bairros pobres são, ao que me pareceu, boas.
  • Os prédios não possuem portaria, câmeras de segurança ou qualquer tipo de grade ou portão entre sua janela e a calçada. E não tem problema.
  • Adoro a atmosfera à noite (no verão), o movimento e as luzes.

    Motivos para não gostar de Berlim (ok, algumas dessas coisas são sobre a Alemanha, não só sobre Berlim)
  • Xenofobia. Não, não sou loira, de olhos azuis e de pele branca, e aqui notei que as pessoas mais velhas e conservadoras se incomodam por eu ser uma extrangeira na terra delas.
  • Pessoas estúpidas e grossas. Note a frase sobre pessoas simpáticas na outra lista. Pois é, na minha opinião as pessoas em Berlim são 8 ou 80.
  • Quando a máquina de comprar o bilhete do metrô devolve seu dinheiro apesar de não haver nada de errado com ele, e você precisa comprar o bilhete.
  • Bêbados no metrô à noite.
  • Muitas lojas não aceitam cartão de crédito, e, das que aceitam, muitas não aceitam Master.
  • O cinema é caro, e meia entrada não é bem "meia".
  • Burocracia quando você precisa que algum tipo de documento ou atestado seja emitido. Isso sem falar nesse negócio de se registrar na prefeitura...
  • Ter que ir no médico para comprar medicação que no Brasil você compra sem receita.
  • Em alguns bares você tem que pagar na hora cada vez que trazem seu pedido, e não tudo no final. Isso dificulta se você não tem trocado ou se queria pagar um valor maior no cartão.
  • Tudo fecha cedo! E no domingo não tem nada aberto.
  • Você precisa permanecer do lado direito da escada rolante. Não vejo nenhum problema nisso. O problema é quando te fuzilam porque você andou pelo lado esquerdo da calçada. Pessoas que arrumam motivos irrisórios para se estressar.
  • Tem gente que não sabe ganhar dinheiro. Chega um cliente no restaurante e não vem ninguém para indicar uma mesa. Se a pessoa achar lugar num lugar cheio, é torcer para vir alguém anotar o pedido; se não achar, é bom ter paciência. Num horário em que poderia ter clientes, tudo fechado. Chega alguém numa loja de celular pedindo um plano e eles falam que não dá e fica por isso mesmo. A pessoa vai embora e eles não oferecem uma outra opção para tentar segurar o cliente. Juro que em vários lugares eu pretendia gastar meu dinheiro, mas a falta de ajuda do vendedor me fez não saber se loja tinha o que eu queria.
  • O tempo! Só aqui eu aprendi como o tempo no Brasil é bom. O brasileiro não sabe. Com qualquer ventinho já está reclamando de frio. Como vi numa frase de cartão postal, "Das ist kein Wetter!".
  • Quando está aquele calorão, todas as janelas do S-Bahn estão fechadas e o povo está de casaco lá dentro. E só por isso o S-Bahn anda na velocidade de uma lesma.

Eu não soube em que lista colocar o dialeto. No começo ele causa um estranhamento. Depois de uma certa convivência com a pessoa, passei a me acostumar com a pronúncia diferente.

O balanço final foi positivo. é uma relação complicada com a cidade, porque tem dias que estou de saco cheio, e teve uma época em que eu não estava numa boa fase. Tudo dava errado. Mas depois passou. Fiz outras coisas e a cidade voltou a ser boa e voltei a sentir uma atmosfera agradável. Acho que se eu morasse aqui no meu próprio apartamento, sozinha ou com outra pessoa da minha escolha, se fosse uma pessoa com quem eu pudesse contar realmente, teria me poupado diversas coisas desagradáveis em Berlim que atrapalharam alguns dos meus dias.

Só sei que já estou pensando no que vou fazer quando voltar!

14 de agosto de 2012

Schwerin

Schwerin é uma cidade onde fui com uns amigos num domingo. Estávamos sem o que fazer, a cidade não é muito longe e o bilhete era barato (fomos com o Schönes Wochenende Ticket, então ficaram 8 euros para cada um!). A cidade é a capital de um estado chamado Meckleburg-Vorpommern - pois é, rs -, que ouvi falar ser o estado mais pobre da Alemanha, e é uma cidade pequena. Tem um centrinho velho, um lago com passeio de barquinho, um centro comercial (que, óbvio, estava fechado). O que achamos engraçado foi que vimos uma igreja fechada para férias. Gente! Onde já se viu igreja ter férias? Achei simplesmente cômico!

Aqui é o lago, onde sentamos num cais para passar o tempo, ai veio o tiozinho do barco e nos xingou porque nós só estávamos lá sentados e não íamos pegar o barco. Há! Só serviu para me ajudar a reconhecer um pouco mais do humor alemão, pois ele foi extremamente irônico. Preciso de uns momentos até entender se os alemães estão me xingando ou se só estão fazendo um comentário.

A cidade velha. Uma gracinha, mas tudo fechado. Pobres comerciantes, perderam o dinheiro que eu poderia gastar com vocês... =)

O castelo é a atração principal da cidade. Hoje esse castelo abriga um museu e o prédio do governo estadual. Não entrei, pois meus amigos não estavam a fim de ver interior de castelo, mas as um milhão de fotos que tirei do exterior já valem. Que coisa maravilhosa! Lindo mesmo!

Essa foi tirada do parque que tinha atrás do castelo. Nesse dia estava acontecendo uma festinha de comidas de Viena. Comi um Wiener Schnitzel caro e tomei um sorvete de flores. Estranho, mas tinha gosto de pétalas mesmo. Ruim! Tinha também um palco com um trio cantando música lírica. Andando mais um pouco, encontramos um mercado de pulgas com uma barraquinha de doces poloneses, que minha amiga me fez experimentar e que, na minha opinião, são parecidos com os bombons da caixa da Nestlé. Hehehe!

Já isso aqui é uma arte bastante interessante que estava no jardim do castelo. Tinha um pedaço da parede no meio da grama com essa moldura vazia. O quadro é a própria paisagem que você vê. Gostei muito da ideia. E claro que tiramos fotos fazendo pose na moldura.

No final do dia já não tínhamos mais o que fazer em Schwerin, mas acho que valeu para conhecer um lugar novo. Ah, esqueci de falar que vimos um bar latino que tinha simplesmente uma quadra de volei de praia! É, com areia e tudo, e gente jogando! Essa Alemanha tem cada coisa...

11 de agosto de 2012

Barrados na balada

Faz tempo que não posto aqui porque não tive muito tempo. Mas essa é a minha última semana em Berlim (já), então preciso organizar minhas coisas, para depois vir escrever posts mais longos. A partir da semana que vem vou viajar por 2 semanas, e depois vou para minha nova casa em Munique.

Mas achei um assunto curto do qual falar, só porque isso me indignou muito. Ontem eu e uns amigos tínhamos decidido ir numa balada da qual minha amiga tinha ouvido falar. Era supostamente uma balada chique, em cima de um prédio onde daria para ver a cidade. Fomos.

Chegando lá tinha uma entrada com três seguranças de terno na porta, coisa que não costuma ter aqui. Chegamos, por coincidência, junto com outras pessoas. O segurança deixou algumas entrarem e, em seguida, fechou a catraca para a gente e perguntou se estávamos junto com as pessoas atrás de nós. Não. Então disse que nós podíamos todos seguir à direita. Seguimos. E ficamos para fora da fila. Não podíamos entrar. Simples assim, sem explicação.

Um rapaz que estava com a gente disse que ouviu o segurança falando que nós não éramos alemães. Alguém me dá uma arma para eu dar um tiro nessa criatura infeliz?
Não foi a primeira vez que sofri xenofobismo aqui, e provavelmente não vai ser a última. Esse tipo de experiência só me serve para eu aprender muito sobre a vida, as pessoas, e como elas devem ser tratadas.

25 de julho de 2012

Schloss Charlottenburg

O Schloss Charlottenburg (schloss = castelo) é um dos lugares mais bonitos de Berlim, na minha opinião. Foi construído em 1699 por ordem de Frederico III para sua mulher Sofia Carolina (tradução dos nomes de nobres às vezes dói...) como palácio de verão e possui um jardim no estilo barroco, rodeado por um parque. Eu adoro parques, então sou meio suspeita para falar. O castelo foi parcialmente destruído na 2ª guerra, então não sei realmente o que é original e o que não é. As fotos abaixo são do primeiro andar. Já no segundo andar as paredes eram todas lisas, só com algumas pinturas e móveis, justamente por causa do bombardeiro. É uma pena.

Dá pra chegar lá de ônibus partindo da estação Zoologischer Garten, mas a besta aqui resolveu fazer um caminho mais "legal" e andou para caramba. E esse foi o primeiro dia de quase sol desse mês. Faz uma semana. E isso porque também choveu nesse dia. Bom...
E aqui é o interior do castelo. Achei esse salão de madeira muito bonito.

Todo o andar inferior do castelo é cheio de detalhes, de paredes ricas e molduras riquíssimas, de quadros, de móveis antigos que hoje seriam considerados pequenos, e de várias outras coisas que eles devem ter tentado preservar ao montar o museu.
Detalhe para essa sala de porcelanas. Isso foi só uma parede, pois as outras também eram cheias de vasos e não couberam na minha foto.

Esse quarto era o vestiário da tal da Sofia Carolina. Vários dos quartos eram alguma coisa dela, afinal o palácio era só para ela!

Aqui a visão de trás a partir do jardim.

A foto desse lugar é uma das minhas preferidas. Claro que minha câmera não é lá aquelas coisas, mas vi a mesma foto com a câmera profissional do meu amigo e quase caí de costas.

E essa foto é de um dos anexos do castelo, que eram casas separadas, e que hoje são também museus. Um é um museu de porcelanas, outro possui pinturas e uma exposição sobre decoração naquela época. Fotografei todos os quadros. Afinal, eu paguei pela licença de fotos, então tinha que usar! Mas ninguém merece eu ficar postando isso aqui no blog! Só fotografei esse salão e outras coisas do gênero para eu me lembrar de como elas eram quando ver essa foto anos depois, pois minha memória é fraca.

24 de julho de 2012

Curtas, parte 3: ingresso gratuito

Eu juro que tento, mas alimento o esteriotipo do brasileiro e não consigo ser organizada. Organizada nos mínimos detalhes. Por exemplo, semana passada eu troquei de bolsa. Não comprei uma bolsa nova, só resolvi que no dia seguinte ia sair com outra bolsa, e para isso precisava transferir todos os objetos de uma para a outra.

Lógico que durante esse processo eu me distraí, olhei o computador, mexi em outras coisas, então a bolsa não recebeu atenção máxima. Lógico, eu esqueci de transferir um ítem importantíssimo: a carteira. Aí, no dia seguinte, como eu tinha aula só à tarde e o tempo estava duvidoso, resolvi ir num dos museus da minha lista de coisas a fazer, o museu da tecnologia. Cheguei lá toda feliz de conhecer uma rua nova de Berlim, e um metrô novo também, e por ticar um ítem da minha lista. Mas na hora de pagar o ingresso, cadê a carteira? Eu pedi licença para a mulher do caixa e disse que ía procurar meu dinheiro. A mulher atendeu outras pessoas, e depois virou para mim e perguntou se eu já tinha achado.

- Não, eu esqueci a minha carteira -, eu disse. Ela começou a mexer no caixa, tirou um ingresso e quis me dar.
- Mas eu não tenho dinheiro -, eu respondi, já louca de ter perdido a viagem.
- Eu sei! - disse a mulher mal-humorada. - Mas esse ingresso é para a senhora.
- É, mas eu não estou entendendo...
- A senhora está esperando alguém?
- Não.
- Então é um ingresso gratuito, já que a senhora esqueceu a carteira - disse ela com o mal-humor ainda maior. - De vez em quando a gente faz isso!

Eu aceitei o ingresso chocada. Sério. Agora chocada por que, eu não sei. Por ela ter me dado o ingresso, quando a reação de muitos outros alemães seria de "problema seu". Ou por ela ter feito uma cortesia com mal-humor? Quando a gente é gentil a gente tenta demonstrar isso. Eu nunca tinha visto uma cortesia feita brava desse jeito, como se eu não ter entendido que era um presente a tivesse irritado.

De qualquer forma, não estou reclamando. O museu foi super interessante, mas os alemães são cada vez mais incompreensíveis.

20 de julho de 2012

De telefones antigos

Hoje eu fui no Technik Museum em Berlim e presenciei uma situação interessante. Não vou comentar agora sobre o museu em si, que é fantástico, mas sobre como talvez eu esteja ficando velha.

Na parte dos telefones tinha os mais diversos tipo de telefones antigos. Alguns todos de madeira, com designs bastante curiosos e típicos de aparelhos bem antigos. Esses, por exemplo, eram usados em ferroviárias:

Ai também tinha alguns telefones com esse disco para discar os números. Não sei o nome disso. Vejam só, todos antigos.

Então noto que ao meu lado havia um pai com uma menininha. Ele estava explicando para ela como funcionavam esses telefones com o disco. Que você tem que por o dedo no buraco do número e girar até o final, depois soltar, esperar o disco girar de volta e por o dedo no próximo número e assim por diante. E a menininha interessada, pois nunca tinha visto isso na vida. No final ela fez uma cara de rejeição com um comentário como "Era tudo assim, então? Que estranho!".

Estranho foi para mim, que nunca tinha imaginado que existisse uma pessoa (ok, uma criança) que não entendesse automaticamente como se usa um telefone desses.

14 de julho de 2012

O pão e o alemão

Descobri por que os alemães gostam tanto do próprio pão e reclamam do pão branco americano. Aqui até tem pão de forma branco, mas a maioria deles compra os diversos tipos de pão integral. E o pão não tem que ser somente integral, ele precisa ter diversos tipos de grãos, como semente de girassol e outros tipos, e pode ser mais preto ou menos preto.

Eles dizem que pão branco é muito mole, que eles precisam de uma coisa consistente para mastigar. Na minha cabeça isso não fazia muito sentido, até que caiu a ficha: eles comem pão puro. É, puro. Sem requeijão, margarina, geléia, cream cheese, queijo, presuto, alface, patê, carne, ovo ad eternum. Pão puro, seco, sem nada, nem um cafezinho. Eles comem pão que nem bolo.

Me diz quem em sã consciência faz isso?

12 de julho de 2012

Curtas - parte 2

Velho

Eu estava em Düsseldorf, num sábado de manhã com a intenção de conhecer a cidade. O tempo não estava muito de acordo com a minha decisão, pois ele me mandou uma chuvinha logo cedo. Como não gosto de ficar perdendo tempo no hostel, sai na rua com chuva mesmo. Chegando num lugar coberto, resolvi parar para ver para onde eu ia em seguida.

Nisso, passa um senhor de uns 60-70 anos no telefone. Ao passar do meu lado ele simplesmente parou e me olhou de cima a baixo. Me decidi e continuei meu caminho com o guarda-chuva pensando em como seria estranho se o homem tivesse realmente achado algo de errado comigo e viesse atrás de mim para reclamar de alguma coisa. Para minha surpresa (ou não), lá veio ele atrás de mim. Quero deixar claro, era um senhor alemão de terninho e cabelos brancos.

- Bom dia -, disse ele.
- Bom dia -, eu respondi e continuei andando.
- Qual é o seu nome? - disse ele, e eu olhei em choque por ouvir tal pergunta de um estranho nesse país onde as pessoas não se intrometem na vida dos outros assim.
- Por quê? - pois é, a Alemanha está me ensinando não aceitar de tudo.
- Porque eu te achei muito bonita. - E meu choque só aumenta. - Você não quer tomar café comigo?
- Eu já tomei café.
- Mas o tempo está ruim. É melhor sentar para esperar a chuva passar. De onde você é?
- Do Brasil. - eu sempre continuo andando.
- Eu conheço o Brasil! Iguaçu, Rio, Sao Paulo... - por que será que eu não me espantei com os exemplos? - Veja só, tem esse café aqui...
- Acho que não.
- Por que não?
- Não entendo por que deveriamos tomar café.
- É difícil de entender! Eu te achei bonita. Nós sentamos em algum lugar, ai você me conta o que você faz na Alemanha e eu te conto o que eu faço.
- Hum... Acho que não.
- Tudo bem. Tchau então!

Por quê? Por que, meu deus, só me acontece isso com gente que não me interessa?! Hahahaha. Se fosse um sujeito interessante eu teria ido! Hahahaha. Desculpa quem gosta, mas eu não gosto de velho, e muito menos de velho tarado no meio de um povo tão discreto!

7 de julho de 2012

Leipzig

Fui para Leipzig num sábado, numa viagem de um dia só. Portanto só deu para ver o centro histórico, mas estou chegando à conclusão de que imagino como seria o resto da cidade. E também quero me bater porque acho que não tirei fotos o suficiente. Eu tiro foto de tudo, não só das atrações turíscas, porque é vendo as fotos que me lembro como era a cidade. Isso significa que costumo tirar fotos das ruas normais das cidades, para eu não me esquecer. Ok, às vezes tenho vergonha de fazer isso. Mas sempre procuro um rua sem ninguém para fotografar! (kommisch..)

Aqui é a prefeitura antiga. Olha só que gracinha de prefeitura. Igualzinho o prédio cinza e feio da de Cotia.

Estava acontecendo uma festa de rua na cidade! Já esqueci o que era! Mas tinha uma orquestra ao ar livre (muito lindo!) e uns músicos alternativos no meio da calçada. E, lógico, as barraquinhas de comida eram todas de linguiça, hahaha. Também tinha algodão doce e maçã do amor. Pois é, maçã do amor. Hahaha. Só que ainda bem que não como esse troço.

Esse é o túmulo de Bach. É, Bach! A tonta aqui não sabia que ele estava lá, ai quando dei de cara com a igreja onde fica esse túmulo levei um choque. Idiota, mas verdade. Bach não é de Leipzig, mas trabalhou muitos anos lá. O órgão em que ele tocava não é mais o original, mas está valendo.

Isso é uma coisa indefinida que estava no meio de uma galeria. Indefinida porque sei lá! Dizia ser um relógio. Tinha os números romanos esculpidos nesse metal no chão. Porém não entendi como ele funcionaria. Ai por sorte passou um grupo turístico bem na hora, e a guia, falando russo, explicou que se você molhar as mãos na água e esfregar nessas alças o atrito emite um barulho, que faz esse "poço" vibrar e forma esse desenho de teia na água. A água realmente treme e algumas gotas até pulam para cima!

6 de julho de 2012

Curtas - parte 1

Estou inaugurando essa coluna Curtas, que são simplesmente relatos curtos de situações engraçadas ou trágicas que eu vejo de vez em quando. Para quem se interesse por esse tipo de curiosidade, e também para eu não me esquecer dessas cenas.

Flores

Estávamos viajando de trem. Não lembro para onde, mas era com o Nahverkehr, esse trem regional e mais barato. O trem estava cheio. Eu estava com algumas pessoas, e todos encontraram lugares, menos uma. Eu sentei num lugar de frente para duas poltronas, uma ocupada por uma mulher - melhor dizendo, uma dama alemã - e o outro por uma sacola com flores. Do lado da minha poltrona tinha um tipo de superfície para colocar objetos. Ai essa pessoa que estava comigo e que tinha ficado sem lugar chega e pergunta para a mulher se aquela poltrona com as flores estava ocupada. Quero deixar claro novamente que era visível que o trem estava lotado. E qual não é a resposta?
"Sim, aqui estão as minhas flores."

5 de julho de 2012

Warnemünde

Quem ia imaginar que os alemães tem praia? Pois é, eles tem, e praia com areia. Agora, se faz sol nessa praia, já é outra história! Hoje o tempo não está bom, como não estava quando fui para essa cidade no Ostsee chamada Warnemünde, mas não está frio, somente nublado ou chovendo. A viagem já estava programada, então fui mesmo com o tempo não muito favorável.

A cidade é um ovo, lógico. Possui um centrinho com casas com arquitetura tradicional, muitas lojas de turista e lojinhas de roupa. Essas são algumas das casas e lojas:

Andando um pouco, chegamos à beira da praia, onde tem restaurantes, mais lojas, muitos turistas e um farol. Dá para subir no farol, mas, por mais barato que fosse, eu não quis gastar meus joelhos numa escada estreitinha para uma vista menos impressionante do que outras que já vi (depois de subir na Siegesäule, nunca mais!).

As lojinhas, principalmente uma ao lado do farol, são cheias de lembrancinhas com temáticas de mar e de navegação. Uma gracinha! Mas me lembrou muito os objetos de decoração dos restaurantes de Santos. Esses timões, nós de marinheiro, gaivotas, conchas, pedrinhas, peixinhos e etc. Tinha uma quantidade relativamente grande de pessoas na cidade; a maioria comprando ou comendo. E as gaivotas realmente estão presentes na cidade. Vi várias!
E agora vamos à praia:

Ok. Não é nenhuma praia paradisíaca, mas eu acho que num dia de sol e quando você não tem nenhuma outra possibilidade de praia (porque mora na Alemanha!), é uma boa opção. Tinha até um escorragador inflável montado por um restaurante e algumas cadeiras de praia. Mas realmente as pessoas não compareceram, porque o tempo não estava bonito. Apesar disso, vi uma ou outra família com crianças e barracas montadas. Os alemães têm mania de montar barracas de acampamento na praia em vez de levar um guarda-sol. Já comentei com uma pessoa que acho isso meio engraçado. Ela simplesmente não consegue entender o porquê. Ela disse que é para proteger as crianças do vento. Mas nas praias do Brasil não tem vento? Não tem vento tanto no frio quanto no calor? E eu não sou lá muito expert em praia, mas nunca vi barracas de acampamento na praia.

Achei estranho ter visto várias água-vivas boiando bem no rasinho. Deviam estar mortas. Ou sei lá. Mas como vou saber? Só sei que tenho medo desse bicho e que não entraria nessa água nem morta, por paranoia de enconstar em alguma, mesmo que morta.

3 de julho de 2012

Planos de viagem = fail

Não tem jeito, eu sou uma alma viajante. Simplesmente adoro conhecer cidades novas, mesmo que não tenha nada de muito especial nelas. Então tracei o objetivo de viajar para algumas cidades, mesmo que sozinha, durante esse meu tempo na Alemanha.

Isso siginifica que até o final de dezembro quero conhecer Bremen, Hannover, Düsseldorf, Colônia, Bonn, Frankfurt am Main, Nuremberg, Stuttgart e Freiburg (Hamburgo, Dresden e Leipzig já foram).

Mas São Pedro parece que não está muito de acordo com meus planos. Desde decidi que já conheci Berlim o suficiente e podia começar a viajar para outros lugares, só chove. Minto. Só chove nos finais de semana! A previsão do tempo é de dar raiva em qualquer um: de segunda a quinta sol ou tempo estável, sexta tempestade, sábado e domingo chuva. E na próxima segunda, sol outra vez. E em todas as cidades da Alemanha. Por quê?!

Aí uma colega me disse hoje que existe um motivo para isso. Alguma coisa relacionada ao gás carbônico emitido pelos carros, que no final de semana diminui e causa a chuva. Hunf! Estou pesquisando se tem algum lugar com uma previsão melhrozinha para eu ir nesse final de semana. Preciso de sorte!

24 de junho de 2012

Naturkundemuseum - Berlim

Em Berlim deve ter em torno de um trilh]ao de museus. Sério. Ô lugar para ter museu! Eu fui em alguns; alguns tediosos, outros não, mas o mais legal de todos foi com certeza o Naturkundemuseum. Fui só porque tinha visto que lá tinha dinossauros, e eu nunca tinha realizado o sonho de criança de ver um esqueleto de dinossauro.

Era só eu que quando era pequena sabia os nomes da maioria das "raças" de dinossauro? Eu colecionava aqueles cartões do chocolate Surpresa e assistia Em Busca do Vale Encantado 1, 2, 3 ad eternum.

Imagina só a criança quando viu isso:


Não consegui uma foto com ele inteiro porque era muito grande (óbvio) e não tinha espaço para ele caber na minha foto inteira. Muito uma noite no museu!

Olha esse que legal:

Esse museu na verdade não é só sobre dinossauros. Ele é sobre a "teoria" da evolução. Começa com os dinossauros, ai nas salas ao lado ele explica sobre a escavação de fósseis, como os fósseis encontrados são conservados e como se pode a partir deles saber de que época era o animal/planta. Aí tem vários outros tipos de fóssies, como peixes, ancestrais de peixes, conchas, bichos do mar que em vida devem ter sido horrorosos. Também tem uma parte dedicada aos dentes fossilizados e como eles também ajudam a saber que animal era aquele, de que época, e onde esse animal se encaixa na evolução daquela espécie. Um exemplo é essa foto abaixo. Pelo que entendi isso é um ancestral do rinoceronte. Essa parte do museu não tinha tradução, então li tudo em alemão. Ou seja, entendi num geral a explicação, porque não estava com tempo de ficar lendo e analisando o texto.

Também tem uma sala explicando sobre os meteoros, afinal foi um deles que causou a extinção dos dinossauros. Explica tudo sobre os terremotos, erupções e coisas que podem causar a extinção ou separação das espécies por motivos geográficos. A próxima sala explica sobre o sistema solar. Aí vem uma sala grande um um milhão de coisas. explica tudo sobre a evolução, as pesquisas até se chegar a esse tipo de teoria, as pesquisas sobre genética, também com exemplos em algumas espécies. A sala possui muito mais para se ver que para se ler, pois tem diversos animais reconstruídos, como insetos, e até zebras, sempre mostrando várias variações dentro da mesma espécie.

Outra coisa que eles explicam é que novas espécies surgem através de mutações. Tem uma sala só com vidros guardando mutações. Como fizeram isso, não sei, mas é uma sala enorme, fria, com infinitas prateleiras que, novamente, não couberam na foto. Mas tenham em mente que tinha muitos vidros iguais a esse com animais como peixes, cobras e coisas estranhas do fundo do mar.

Outra ala continha os fósseis de mamutes. Tinha um mamute inteiro montado numa sala. E também crânios, dentes, mandíbulas, chifres de animais e todas essas coisas que não existem mais. Achei legal esses ossos de mamute com a foto do cara que os descobriu:

A última parte explicava como se faz para empalhar um animal, pois tem muitos assim no museu. Devo estar esquecendo de alguma coisa, mas realmente esse foi o museu mais legal em que já fui.

23 de junho de 2012

Pôr-do-sol

O pôr-do-sol é uma coisa linda demais! Eu adoro quando tem algumas nuvens no céu e elas ficam coloridas de vermelho e alaranjado. Adoro mais ainda quando dá para ver o céu todo rajado de cores, com tons de claro e escuro.

Por um feliz acaso moro no 11º andar em Berlim, sem quase nenhum outro prédio entre o meu e o horizonte. Pensando bem, isso é uma coisa bem estranha para mim. Na minha concepção de cidade, é impossível uma janela que dá para o centro da cidade não ser bloqueada por nenhum prédio. Mas, até aí, a minha concepção não é lá grandes coisas!

Desde a primeira vez que vi esse pôr-do-sol pela janela, não resisti a fotografar. É lindo demais! Fiz um tumblr para postar essas fotos quase todo dia (leia-se: quando o tempo me autorizar a enxergar o pôr-do-sol. Porque tem dia que ele quer ficar com tudo para si). O tumblr é esse aqui. Mas ainda não sei se dá para uma pessoa que não tem tumblr ver as fotos. Dá para fazer isso? Eu que não sei como.

Aqui vão algumas fotos:

21 de junho de 2012

Atualização

É, eu sei que não atualizei mais o blog. É que não está dando tempo. E, quando dá, eu estou sempre cansada e sem energia. Mas juro que vou tentar atualizar o mais rápido possível.

31 de maio de 2012

Compreensão (ou falta de) do idioma, parte 2

Vou contar mais uma outra história do alemão e aproveitar para responder o comentário da srta Kau.
Sim, eu fiz muitos anos de Goethe Institut, mas isso não quer dizer que eu deva automaticamente falar alemão. A língua ensinada nas escolas de idioma é o alemão padrão (o português padrão seria o português falado no jornal nacional, por exemplo). Eu entendo perfeitamente as pessoas que falam alemão padrão, a menos que elas usem palavras que eu realmente não conheço. Algumas pessoas falam esse hochdeutsch (os professores, as pessoas que trabalham com guia de turismo e algumas outras). Mas outras pessoas falam dialetos. Na Alemanha inteira existem diversos dialetos. As palavras são pronunciadas diferentes, existem outros vocabulários e etc que deixam a língua incompreensível para os próprios alemães de outra região. Aqui em Berlim o dialeto é o Berliner, mas também tem outros, porque aqui tem pessoas de várias partes da Alemanha (e do mundo). Como mencionei no post anterior, eu ainda não consigo indentificar quando as pessoas estão falando um dialeto que não é para eu entender mesmo, ou quando eu deveria entender e não consegui.

Além disso, tem pessoas que não tem a pronúncia clara, independente que qual variante da língua elas falem. Estudar no Brasil não ajuda nesse sentido, porque escuto praticamente só os professores falando, e eles eu entendo muito bem. Sem contar que eu fui muito relapsa nos meus estudos no quesito estudar vocabulário. Quando aprendi inglês eu sinceramente quase nunca estudei vocabulário. Você entra em contato com as palavras no dia-a-dia, em músicas, filmes, livros, e tem muitas, mas muitas, palavras que vêm do latim, então dá para falar uma palavra do seu repertório em português e ainda acertar. No alemão não é bem assim. Ok, tem várias palavras do latim também e tal, mas não dá para dar esse embromation igual no inglês. E eu preciso muito estudar vocabulário. Tenho um livrinho de palavras que eu mesma escrevo desde o Goethe, mas ele fica na maioria das vezes juntando pó. Aqui juro que estou tentando deixá-lo atualizado e estudar. Não dá muito tempo. Mas quando dá, eu percebo a diferença.

Mas hoje houve uma situação em que senti uma esperança linguística (hahaha)! O sr. Heinz mora aqui no meu prédio. Ele é amigo da minha Gastmutter e vive aqui na casa dela. Foi ele que me acompanhou até o metro e me ensinou a ir até a escola no primeiro dia, porque minha Gastmutter não pode andar muito a pé por motivos de saúde. O problema é o seguinte: ele adora falar. Tanto ele como ela me vêem e já começam a falar alguma coisa. Nesse primeiro dia o Heinz monologou sobre diversos assuntos, dos quais não entendi uma palavra. Ficava até nervosa quando via que ele tinha me feito uma pergunta (o que eu ia responder?), e me dava até um frio quando via que ia ter que encontrar ele. Ok, eu não entendo tudo que minha Gastmutter fala, mas ele era de matar. Ela mesma me disse que de vez em quando não entende o que ele fala, e manda ele ir passear porque ele está enchendo o saco.

Hoje voltei mais cedo para casa por causa da academia e lá estava Herr Heinz triunfante na sala. Ele já morou no Brasil há sei lá quantos mil anos atrás, na época em que trabalhava numa empresa. Por isso desde que me viu ele fica contando caso. O dia que o avião dele chegou em Belo Horizonte, o dia que o chefe dele o levou para comer rodízio e feijoada e etc. No meio disso tem diversas palavras em português que eu tenho que penar para entender (hoje ele me falou, sem contexto nenhum, "martelo" e "chave de venda" - que gerou uma discussão até ele entender que é "fenda" e não "venda", e que fenda é com f).

Enfim! Heinz hoje resolveu me mostrar o mapa do estado de São Paulo, com a divisão dos municípios, que ele comprou no Brasil em 2002, para eu mostrar a ele onde era Cotia. Ai entramos numa discussão sobre a feira da arte no Embu, o sotaque de Sorocaba, Ribeirão Preto, Ouro Preto, Salvador quando era a capital do Brasil, que Curitiba é a cidade dos alemães (ele insiste que Curitiba fica em Santa Catarina e que Brasília fica em Minas), o aeroporto que em que ele chegou numa cidade ao lado de Ribeirão, a praia do Guarujá. Depois passou para os cortes de carne no rodízio (e explicar para a Frau John o que é rodízio), cupim (que ele falou "gukin"), a linha 3 do metrô de São Paulo que tem uma parte aberta (e ele insiste que é a linha inteira), que Santo Amaro e a zona norte são habitados por alemães, a Liberdade, a feira de domingo na praça da República, a al. Pamplona, que o autódromo de Interlagos fica num lugar do mapa onde eu tenho certeza que é o Brooklin.

Pois é, eu fiquei uma hora discutindo com o heinz em alemão sobre coisas que eu tenho certeza que sei e que ele acha que sabe. Quando ele foi embora a Frau John disse que ele é um velho sabe tudo e que você não pode contrariar! haha. O que interessa é que eu entendi quase tudo o que ele falou quando estava se dirigindo a mim. Continuo achando a pronúncia difícil, o assunto e o mapa ajudaram, mas alguém ai notou uma melhora no meu alemão?

30 de maio de 2012

Compreensão (ou falta de) do idioma

Hoje fui em dois lugares: a loja da empresa de internet e a academia. Queria perguntar sobre um email que a companhia me mandou, dizendo que eu precisava levar documentos para deus sabe lá o quê, e também queria pedir informações sobre a academia e fazer minha matrícula.

Fui na internet primeiro. Conversei com um alemão frio e calculista que me explicou em ininteligíveis 500 (chute!) palavras a opinião dele sobre o email. Sério, das 500 palavras devo ter conseguido decifrar umas 10. Essas 10 mais minha pesquisa anterior no dicionário me deram uma vaga ideia do que se tratava o email, mas continuo sem saber se é melhor eu levar minha carteirinha para receber um desconto (por que, não me pergunte) ou não. Também não tenho a menor suspeita de qual foi a conclusão do cara sobre o assunto.

Em seguida passei na ótica para tentar fazer meu óculos escuro. A conversa com a mulher foi curta, mas entendi a metade do que ela falou. Não dá para fazer, porque ela precisa XXX (movimento giratório com uma mão) e o óculos é XXX, então não dá. Pois é!

Dez minutos depois disso eu estava na academia. Conversei com duas pessoas extremamente simpáticas lá, que me passaram valor, horário, expliquei o que eu queria, fiz perguntas e etc. Entendi 90% do que foi falado.

Dá para tirar alguma conclusão sobre minha compreensão do idioma? Alguma que faça algum sentido?!
Na primeira semana aqui a evolução na minha compreensão do idioma foi enorme. Cheguei sem entender bulhufas (mesmo sabendo o que as palavras significam, não conseguia decifrar a pronúncia das pessoas). No dia seguinte já estava entendendo sem parecer uma idiota o tempo todo, e no terceiro dia já quase não parecia uma idiota (haha). Depois de uma semana eu já conseguia acompanhar o assunto de um monólogo do professor anti-capitalismo lá do curso.

Mas depois a velocidade de evolução na compreensão diminuiu. Talvez agora depois de quase um mês em Berlim eu esteja entendendo alguma coisa das conversas das pessoas na rua em vez de bulhufas. Mas só de algumas pessoas. Minha Gastmutter disse que algumas pessoas (insira conotação negativa) não tem a pronúncia clara e que mesmo eles, alemães, não entendem. Mas eu não consigo definir ainda quando a pessoa fala enrolado mesmo e ninguém entende direito, ou quando a pessoa fala normal e eu que não consegui decifrar as palavras. Muito menos consigo decifrar quando eles falam o dialeto de Berlim. Já me explicaram algumas palavras nesse dialeto, mas eu não sei se já ouvi, porque se não entendo, não consigo saber se estão falando dialeto ou alemão normal que eu não consegui decifrar. Complicado?

21 de maio de 2012

Tiergarten

Nao postei nada sobre a Alemanha ainda porque é tanta coisa, e ainda faltava várias coisas da oura viagem para contar. Ai acabei deixando Paris de lado e vim falar de uma das coisas que adoro em Berlim: os parques. Tem muitos parques pela cidade toda e eles sao de fácil acesso. Passear por alguns no final de semana me deu muita vontade de praticar esportes, como andar de bicicleta, andar de patins (nota: eu nao sei andar de patins), e brincar com um aeromodelo (pois é, eu vi isso). Também durante a semana me deu vontade de andar de bicicleta, mas isso é outra história. Se eu tivesse aqui uma casa só minha, compraria uma bicicleta para usar durante o verao e no inverno iria de transporte público. Se quisesse viajar, iria de trem ou aviao. Pois é, adeus carro. =)

Anyway, aqui vao algumas fotos do tiergarten, o maior parque de Berlim, e que tirei porque sou metida a fotógrafa, com minha camerazinha.

Eu tirei, na verdade, um milhao de fotos desse parque, e dos outros também, mas ninguém merece aguentar minhas fotos de árvores e céu.

17 de maio de 2012

Viagem para Strasburgo

Fomos de Milão a Strasburgo de trem. Ou seja, atravessamos a Suíça de trem. Me desculpem europeus e brasileiros europeus, mas eu nunca tinha visto neve nas montanhas. Meu coração até acelerou quando vi essa coisa linda (ao menos de longe). Sinceramente não tenho muito vontade de ir esquiar, mas de ver essa paisagem ao menos por um dia eu tenho.

Essa loja de doces e biscoitos nos arguardava em Strasburgo. =)

16 de maio de 2012

Querem mais comida?

Eu, óbvio, tirei muita foto de comida! Qualquer coisa diferente que via virava uma foto. Parecia uma doida mesmo!

Olhem só esses sapatos de chocolate numa loja de Milão:

E esse macarrão colorido que comprei em Roma? Tinha um macarrão azul também.

Isso aqui é um cafe shakerato e eu fotografei só para provar para todas as pessoas a quem eu falei que tinha tomado café gelado na Itália e que é uma delícia, que isso existe! Eles batem o café numa coqueteleira com adoçante, essência de baunilha e gelo. Ok, quem não gosta muito de café não deve tem experimentar. Mas eu gosto.

E aqui é uma sobremesa que comi em Strasburgo. São uns mousses. Coisinhas estranhas, mas deu para comer.